"Nos bares da vida"

Nos feriados prolongados, tipo cai numa sexta ou numa segunda ou até mesmo em uma quinta, as cidades do interior recebem a visita dos nativos que pelos mais diversos motivos estão morando em outras cidades. Os bares são um dos locais em que a gente vai passando em frente, vê um amigo, vai entrando, logo depois chega outro, mais outro e entre uma gelada, uma purinha e uns tira-gosto alguém sugere a casa de alguém para um churrasco, sugestão aceita e referendada de imediato. Num desses dias, com esse público e num desses espaços, o bar do Toninho Foiçada, o Wanderley Chiara, morador da cidade desde sempre, após um tempo vendo os cumprimentos, abraços, ouvindo referências abonadoras ou desabonadoras sobre salientes barrigas, cabelos (geralmente poucos e brancos) vem até mim e afirma emocionado -“Ô Zé Maria, lá em São Paulo vocês não tem um bar assim, de amigos, onde todos se conhecem né?”. Ao meu lado o Dr. Célinho Siqueira - embora jovem e com poucos anos de São Paulo já tem no curriculo o conhecimento dos bons bares e amizades lá pelos lados do Jabaquara – ouve , pede mais uma e leva o Wanderley para um canto do balcão para, como bom advogado que é, fazer a defesa dos botecos e amigos paulistanos.
No interior ainda acreditam que São Paulo é violenta (e é), não existe lugar e tempo para a boa conversa e tudo se resume a trabalho. Felizmente o Wanderley está totalmente enganado e nós somos privilegiados em encontrar e fazer amigos nos bares da vida de Sampa.

Do Armazém, da Vila Madalena, ao Café Fubá, da Vila Monumento, das Bocas da Noite, do Bar do Amorim, e dos Magnólia, Bar do Frango, Cachaçaria Mineira e Bartitura de hoje, bares para se “molhar as palavras” como diz o Oswaldinho Viana e ouvir o melhor da música brasileira, ao Bar do Seu João(a melhor calabresa na chapa do Brasil) no Ipiranga, do Bar do Luiz, na Cursino, do Bar do Joaquim, Bar do Museu, do baião de dois do Ribinha e...

De tanto ouvir o Carlos Henrique, ops, Catito, dos colaboradores ai de cima, sempre pedir: “tem que fazer um roteiro dos bares e botecos”, a Editora Chefe determinou a inserção desta nova varanda aqui no sitio, nessas horas o “serviço sujo” tem que ser feito por alguém e sempre sobra para alguém. A Lucia Helena e a Sandra querem conhecer lugares novos e diferentes e agora quando ouvirem - “ precisamos conhecer o boteco que foi indicado” vão entender a entonação especial para o “precisamos” né Adriana?. Como diz o Rui, O Ícone, -“ convidar para ir a igreja, para ir a missa ninguém convida”. Então vamos lá e que os nossos fígados continuem sendo compreensivos, pacientes e fiéis e até a “rodada inicial”.
Como presente de inauguração do “novo serviço” a Fernanda, a Editora Chefe, vai patrocinar uma “noitada” a quem acertar qual o bar da foto abaixo e com direito, evidente, da presença dela, dona da gargalhada e o sorriso mais lindos deste sertão.

Vai concorrer Giba? que no intervalo da Viola, é um descobridor; Joca?, que tem o auxilio do Murzelo Alazão; o mais rapido do velho oeste; Yo? entre uma engenharia e outra, Catito? religioso frequentador nas paradas entre as entregas de nhoque.


Nota da Editora Chefe: Dentro das minhas atribuições e obrigações: que as mulheres também continuem compreensivas, pacientes e fiéis para aguentar. Ah!... os nossos fígados também.
Adbox