NA TRILHA DO DANDÔ, REENCONTRAMOS MARCUS PEREIRA

“A nacionalidade é a soma das regionalidades.”
(Marcus Pereira, produtor de discos, na contracapa do LP “Não Tá Morto Quem Peleia”, dos Tápes)*
Ao falar do Dandô – Circuito de Musica Dércio Marques, projeto premiado na categoria “musica” no prêmio Brasil Criativo, imediatamente nos lembramos do produtor Marcus Pereira, que no inicio da década de 1970 realizou um dos mais importantes projetos de mapeamento cultural-musical no Brasil até hoje.
Projetos conceitualmente diferentes, porém com o mesmo objetivo e com resultados, de certo modo, semelhantes. Diria que “esteticamente” são distintos - Marcus Pereira era empresário, dono de uma agência de publicidade, tinha, portanto, recursos; o “Dandô” tem a cara e a coragem . Mas não há dúvida de que o “Dandô” é descendente direto do grande feito de Marcus, digamos um viçoso ramo da mesma árvore, como veremos a seguir.
Um pouquinho de história, só para relembrar: Marcus Pereira, empresário do ramo publicitário, teve a idéia de presentear seus clientes no fim de ano com um disco (LP) exclusivo, retratando a cultura nativa. Foi escolhida a região do nordeste e para encurtar a história, o LP “Musica da Região do Nordeste” fez tanto sucesso que Marcus teve de fundar uma produtora e distribuidora para atender a demanda. Pela mesma época, lançou outro LP brinde com dois jovens cantores e compositores – um de cada lado do disco – e Chico Maranhão e Renato Teixeira tornaram-se conhecidos grande público.
Nos anos seguintes, sob o selo oficial da Discos Marcus Pereira, um minucioso trabalho de pesquisa que envolvia inúmeros colaboradores foi sendo elaborado com o objetivo de obter um “mapeamento” da música brasileira naquele período – inicio da década de 1970. Algo semelhante havia sido feito no final da década de 1930 por Mário de Andrade e a Missão de Pesquisas Folclóricas, trabalho que permaneceu “guardado” por mais de sete décadas nos porões do Centro Cultural São Paulo. E que se diga que a música popular brasileira de então vivia uma grande efervecência, apesar da Bossa Nova, a grande onda musical iniciada nos anos 50 e que atravessara incólume toda a década de 60, já demonstrar sinais de cansaço e o Tropicalismo ter passado como um vendaval, cujos efeitos perduram até os dias de hoje. Estávamos no auge da música engajada, o Clube da Esquina se firmava, artistas geniais brotavam de todos os cantos. E, havia ainda, uma musica subterrânea jorrando intensamente nos rincões do Brasil, porém, completamente à margem da chamada cultura “oficial” dos grandes centros, ausente nos meios de comunicação e nas grandes gravadoras que dominavam o mercado fonográfico.
No "mapeamento" desenvolvido por Marcus Pereira, o Brasil foi dividido em quatro grandes regiões – Nordeste, Norte, Sudeste/Centro Oeste e Sul – e para cada uma foram lançados quatro discos, com interpretes e compositores característicos de cada região, num total de 16 antológicos albuns. Dentre os colaboradores de Marcus Pereira encontrava-se o jovem mineiro de Uberaba (ou de Uberlândia) Dércio Marques e aqui encontramos o ponto, o elo comum que liga Marcus Pereira e o atual Projeto Dandô: Dércio Marques.
Diferenças existem, muitas. Poderão discordar de mim, mas não almejo unanimidade e é de bom alvitre informações extras, complementares, pois meu conhecimento e o espaço de um blog é limitado. São diferenças conceituais, estéticas, mesmo políticas – ninguém nos dias de hoje consegue imaginar o que seja viver sob uma ditadura, esse é um período cuja memória precisa ser reconstituída, especialmente para evitarmos recair no erro! Vivia-se o período duro da ditadura, a Marcus Pereira era uma gravadora que se firmava com relativo sucesso contra todos os prognósticos; os artistas do Dandô com a “cara e a coragem” são ocupadores de espaço – quem conhece o projeto há de compreender o que quero dizer. Exemplo: o auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo estava sendo um espaço musicalmente ocioso, até ser cedido uma vez por mês ao Projeto. Creio que iniciativas desse tipo devam se suceder pelo Brasil afora. Em comum podemos dizer que possuem a vocação para a resistência, além do talento. É curioso notar que para o artista, a luta e os meios empregados na sua guerrilha cultural fundamentalmente continuam os mesmos, pois o “mercadão” voltado ao “artista de sucesso fácil e palatável ao gosto superficial”, sempre teve e terá portas abertas; o artista independente paga o preço correspondente de não ceder às tentações e vontades. Ressalte-se que ninguém é contra o “sucesso”, não somos movidos pela inveja; o que queremos é que seja mostrado e divulgado a arte criada pelo e para o povo, pois estamos tratando da alma desse povo, ou seja nós! A industria produz para o mercado, e como disse Octávio Paz a propósito da produção poética e o mercado editorial, “o mercado entende de preços, não de valores.”
A produtora Discos Marcus Pereira marcou época: paralelamente ao trabalho de pesquisa e lançamento de cada região, o selo produzia e lançava artistas e gêneros variados de samba, choro, carnaval, etc. Informações dão conta de cerca de 300 discos produzidos, alguns deles de importância fundamental para a cultura brasileira. Foi o selo, por exemplo, quem lançou o primeiro Lp do Mestre Cartola; foi quem lançou o único álbum de Irene Portela. Lançou um dos melhores discos de Elomar, o duplo “Na Quadrada das Aguas Perdidas.” A lista é enorme: Papete, “A Voz dos Arvoredos”; Noel Guarani, “Alma Garra e Melodia”; Benedito Costa, “O Cavaquinho do Sertão”; Quinteto Armorial; Orquestra Armorial; Doroty Marques, etc., um sem número de discos e artistas antológicos. Foi quem gravou o único albúm de Luis Carlos Paraná, até então conhecido pelo clássico "Meu Cafezal Em Flor", eternizada por Cascatinha e Nhana. A crítica musical brasileira deve a todos um trabalho que revele para a posteridade a importância de Marcus Pereira. Se serve de consolo, podemos dizer com certeza que gerou frutos, como o legado de Dércio Marques, que por sua vez formou públicos e artistas, e dezenas, talvez centenas de parcerias.
AOS QUE OLHAM SEM VER
A justa premiação do Projeto Dandô, um ano e pouco depois de seu início, quando as dificuldades pareciam intransponíveis, surge num momento apropriado. “Os que olham sem ver”, título de uma milonga de Atahualpa Yupanqui (al que mira sin ver), gravada por Noel Guarani nos anos 80 do século passado, vem a caráter e poderia servir de título para a postagem. O “Dandô” – idealizado e levado a cabo por Kátya Teixeira, e todos que estão envolvidos no projeto, se dispuseram a tarefa de (re)descobrir e mostrar ao público aquilo que sempre esteve a seu lado e não era visto: sua cultura, sua arte, seus artistas. Isso é mais do que o cultivo da “arte do entretenimento”, é mais do que o produto artístico em si mesmo: é o “ver a si mesmo”- reconhecer-se, valorizar-se. É um desdobramento da ideia de “formar público”, trabalho que leva várias gerações. Vivemos uma situação curiosa: o arte, o público, todos estão aí, mas esquecidos, “deixados de lado” por conta de outros interesses, digamos mercadológicos.
Assim, o Projeto Dandô – Circuito de Musica Dércio Marques, Um canto em cada Canto, cumpre o papel de reativar, de (re)descobrir um público que por muito tempo estava alienado de si mesmo, contudo, a espera da real oportunidade de manifestar-se.
Certa vez ouvi do Zé Gomes, mais do que músico consagrado e talentoso, mas pensador da cultura brasileira, a seguinte frase: “O Brasil é um formigueiro de talentos, basta cutucar para que apareçam!
Uma das marcas do Projeto Dandô é a aproximação, a irmanação/aproximação artista e público, quando ao final de cada espetáculo, conversam livremente, desmistificando a imagem do artista como o ser inatingível, mítico, que o mercado transformou ao longo do século XX. O “artista”, especialmente construído primeiro pelo rádio e depois pelo cinema, assumiu o papel que em outras eras eram destinados aos Mitos, aos Heróis. Nessas esferas, a fantasia exacerbada sempre tem um desenvolvimento trágico, pois a suprapersonalidade esbarra na realidade humana que insiste em afirmar o tempo todo que somos todos a mesma matéria, que somos todos e todas carne e osso, que não existe a eterna juventude sugerida pelo cinema. Nas conversas travadas ao fim dos concertos vemos o talentoso artista, o mágico que nos encanta com sua arte, como um ser humano tal como nós, apenas dotado do dom de intermediar o nosso mundo cotidiano, repleto de afazeres nem sempre prazerosos, com outras existências, onde a beleza da arte apenas espera que a deixemos partilhar conosco. Acredito que assim a Arte cumpre outro de seus inúmeros atributos: educar, conhecer-se através da troca de experiências entre seres humanos, tão diversos e tão unos. Tal é possível e verificável pela própria estrutura que envolve cada evento: um artista local (o anfitrião) recebe um convidado: tocam, cantam, conversam juntos e separadamente, sempre com a livre manifestação de todos os envolvidos.
ORIGEM DO NOME DANDÔ
A sonoridade do nome lembra sua origem africana. Deve ter várias origens, aqui um de seus possíveis significados: vem do verbo “dandar”, termo inventado a muitas mãos e vozes por João Bá, Klecius Alburquerque, Guru Martins, Dércio Marques. A idéia de um “projeto” surgiu de uma homenagem a Dércio, na Chapada dos Veadeiros, de conversas entre Katya Teixeira, Luiz Perequê e outros. O nome foi sugerido por Levi Ramiro. Feliz ideia, nascida do sonho de continuar a trajetória de Dercio, que além de artista, era fomentador ou – conforme diz Kátya – um “polinizador de cultura”, andarilho que era, levando e trazendo novidades, conhecendo e apresentando pessoas, num circuito incessante, que durou toda a sua vida: o Brasil de ponta a ponta, incursões por países vizinhos e até mesmo à Península Ibérica, onde conheceu Zeca Afonso. Ainda na Ibéria conheceu a música de Paco Bandeira, de quem fez um ousado arranjo para “Acontecer.” Uma imagem muito feliz do Eterno Menino (título de uma canção composta por Deo Lopes em sua homenagem) é descrita pelo jovem filósofo Duda Bastos, que está escrevendo um trabalho de pós-graduação – fundamentado em Gaston Bachelard: “Dércio era um viajante continuo, um andarilho, à maneira dos antogos aedos e rapsodos. De vez em quando aportava num lugar e erguia uma torre, em forma de disco.”
"Dandô, ô dandê
Olha o vento que brinca de dandá
Ele vem pra levar as andorinhas
ou quem sabe a canção pruma janela
saciar o ipê que se formou
e roubar suas flores amarelas.
"
(Dandô - Vento Bandoleiro, de João Bá e Klecius Alburquerque, do album Segredos Vejetais, para muitos, o melhor de Dércio - eu confesso não ter preferencia explicita, são todos clássicos. "Dandô se desdobra em outras: "Cantos dos Ipês Amarelos", "Roda Gigante." Fazia parte das famosas cançoes bordadas, que Dércio tanto gostava de fazer)
De fato, se analisarmos brevemente sua trajetória discográfica, veremos Dércio cantando com coros infantis, com orquestras de violas caipiras, com os mais variados parceiros, com os mais inusitados instrumentos, flertando com todas as linguagens artísticas, do teatro infantil à Orquestra Sinfônica, de “seo” Chico de Ubatuba a Egberto Gismonti ou Elomar. E assim seguiu sua vida, de cavaleiro andante, intrépido, sem dar bola para os gigantes em forma de moinhos de vento que o desafiavam o tempo todo.
E assim é o Dando: persistência, resistência, amor e paixão pelas coisas de nossa terra.
Reproduzo abaixo as palavras de Ângela Quinto, do Espaço Sofia – psicologia e dramaturgia, “palhaça” de oficio. É um belíssimo e poético retrato dessa nova e decisiva intervenção de nossa “guerrilha musical” no cenário da cultura brasileira: bom sinal, alvissareiro, que no senche de esperanças, pois é destinado a romper fronteiras:
"Dandô: Aconteceu no Recife. Num antigo e aconchegante teatro ela foi recebida. Sua voz chegou da coxia. Entrou em cena de amarelo, tecido esvoaçante e descalça. Cantou forte, cantou doce, sorriu. Sentou na boca do palco perto do público e falou gostosamente. Foi aí que me dei conta: É uma Mulher que faz a regência do Dandô! Da Katya guerreira, nem é preciso falar, sua presença diz tudo. Não sei bem se foi o tom de voz, a lonjura de casa, a lindeza e simplicidade do cenário, o rio que passava ali em frente, mas outras mulheres foram surgindo.
“Se um, convida mais um, já são dois. É assim que eu vislumbro o Dandô.” O pequeno e o múltiplo. Nuances de um mundo feminino. Revelar com todas as letras e todas as pausas que aquilo tudo é feito com e por Amor, é permanecer na essencialidade/simplicidade do sentimento. Gesto maternal por excelência. Já em São Paulo, percebi que esse desvelar-se acontecia à medida que finos véus transparentes eram mostrados. Da menina à velha sábia, como todo gesto feminino, o Dandô de Katya oferece espaço. Espaço de encontro para a Arte da mais pura qualidade.
Oferecer e gerar espaço são qualidades femininas arquetípicas. Gesto primevo.
Sustentar este espaço, com a organização e articulação destes inúmeros encontros faz parte de um labor e dedicação diária, como a mulher que cuida da casa, como Pachamama que cuida da Terra. Uma mulher nunca anda só. Katya Teixeira tem a seu lado Mercedes Cumaru, as duas tecem em conjunto esse lindo tecido, onde urdidura e trama revelam a beleza, a luta, o canto, a música, a arte, a existência de muitos homens e outras mulheres também.
Em muitas mitologias as deusas da Guerra são também deusas do Amor. Elas trazem em si a qualidade de unir, incluir todos os opostos. São deusas que nos indicam que tudo tem um lugar no mundo. Descobri que Dandô é palavra feminina. Pura oferenda."
Angela Quinto
Oswaldo Rios (Viola Quebrada) PR, Katya Teixeira SP, Valdir Verona RS e Mercedes Cumaru SP
Músicos em circulação, cumprem a sina secular de levar e trazer novidades:
Amauri Falabella
Ana Paula da Silva
André Salomão
Cardo Peixoto
Dimas Soares
Duo Batente de Pau de Casarão
Erick Castanho
Fernando Guimarães
Giancarlo Borba
Grupo Bairro Sur – Cristiano M. Nunes
João Arruda
Kátya Teixeira
Keyle Almeida
Luis Perequê
Luiz Salgado
Marcelo Taynara
Nádia Campos
Paulo Matricó
Valdir Verona
Victor Batista
Viola Quebrada
Walgra Maria Carvalho Pinto
Wilson Dias
Anfitriões. Como é de conhecimento geral, nós brasileiros somos por natureza hospitaleiros
Agostinho Cardoso Dominus Luthier
Ale Carmani
Alexandre Freire
Alfredo Johnson Rodriguez
Aline Bosa
Angélica Costa
Augusto Bobsin
BETO Federal
Cacá Sankari
Cacau Arcoverde
Caixeiras Das Nascentes
Carlinhos Ribeiro
Chico Branco
Chico Padilha
Cia Genesis Dança/Teatro e Música
Cristiane Satte Alam
Davi Sartori
Demétrio De Freitas Xavier
Diego Maciel
Diogo la Rosa
Erison Porto
Fabio Portela
Gilberto Rezende
Helen Novais
Jesuane Salvador
João Laner
José Ricardo
Jotta Léo
Julio Santin
Júnior Gonçalves
Lia Figueiredo
Lucas David
Luciano Tissot
Luiz Trautman
Maracatudo
Meramolim
Mestre Amadeu
Moreno Overá
Nina Neder
Patricia Sayure
Paulo Guerra
Philipe Moreira Sales
Quarteto Sambaqui
Regina Porto
Renato Kanop
Roberto Souza
Romulo Sat André - Salão Do Encontro
Rosângela Nogueira
Santana
Sinhá Rosária
Tatiana Rocha
Trem das Gerais
Ubiratan Carlos Gomes
Valdir Santos
Veloir Santos
Vicente Gomes
Vivian Cioato Rizzon
Wanderson Lima
Willian Goe
Zé Jabur
Uma parte dos guerrilheiros culturais, pessoas que de um modo ou de outro, participam e colaboram com o projeto, ajudando a divulgar, incentivando, apoiando na medida do possível. São pessoas que identificam e compreendem a necessidade de preservar nosso patrimônio imaterial. Independente de credo ou classe social, o que todos tem em comum é a sincera paixão pelo Brasil e sua gente:
Adiel Luna Adiel Luna
Adilson Ferraz
Adriana Carnevale
Adriano Rosa
Alik Wunder
André Venegas
Andreia Regina Beillo
Angela Quinto
Antonio Preggo Preggo
Átila Silveira
Bebel Cuesta
Bela Araujo
Bruno Vidaletti Brum
Caio Lopes
Carina Neder Petrini
Charlene Neotti
Clara Giannelli
Claudia Teixeira
Crioula Brasil Produções
Cristiane Soster
Cristiano M Nunes
Deborah Belotti
Demildes Lopes
Diana Bezerra
Dinalva Ribeiro
Duglas Bessa
Edson Fontes
Edinilson Brum
Elaine Sartori Diniz Stram
are Fabiani Felix Cardoso
Fernanda Bento
Fernando Schneider Ochoa
Guru Martins
Guto Barboza
Hector Enrique Rojas Far
ias Isabella Rovo
Israel Buzatti
Jane Schoninger
Jefinho Garcia
Jesse Costa
Jô Albuquerque
Joaci Ornelas
João Alexandre Moura Oliv
eira Joel Emidio da Silva
José Eduardo Souza
José Maria de Oliveira
Juarez Fonseca
Juliano Sant'Ana Dos Santo
s Julieta Warman
Kaique Falabella Kaique Falabella
Katia Ogawa
Larissa Limeira
Letícia Bertelli
Liesio Pereira
Lilian Ávila Salgado
Lina Ester Filha
Lucas David
Lucas Oliveira de Moura Arruda
Lucimar Albuquerque
Luis Grisolio
Luis Gustavo dos Santos Dutra
Luiz Manuel Naruna Freitas
Maiara Leite
Maicon Rossi
Mara Muniz
Marcelino Lima
Márcio Gobatto
Marcos Halfen
Marcos Rezende
Maria das Graças Salvador
Marisete Bento
Marta Soares
Mauricio Bussab Tratore
Mercedes Cumaru - Mercedes Cumaru - Comunicação e Eventos
Milton Tavares
Mirael Lima Lima
Natanael Gonçalves
Nicanor Jacinto da Silva
Nilce Gomes
Nilton Vargas Rodrigues
Osvaldo Higa
Oswaldo Rios
Pablo Halfen Fernandes
Paulo Cesar Nunes
Picuá Produções
Raíra Moraes
Raissy Morais
Rita Muniz
Roseli Cristina Jacintho
Rubens Antelmo
Saulo Miranda
Simone Vara
Soninha Gomes
Sumayra Oliveira
Suzelita Meirelles
Thanizia Colares
Vera Magagnin
Verônica Fernandez Mattos
Zinho Byl
* "Tapes é uma cidadezinha do interior gaúcho, de onde a maioria dos membros do grupo era nativa. Não existe o acento agudo no "a", tal como está grafado. Foi uma ideia de Marcus Pereira, porque, segundo ele, "a língua inglesa tem muito sucesso neste país!"
Adbox