O centenário de Patativa do Assaré está próximo. Dia 05 de março de 1909 nasceu no sertão das cotias (ops, é melhor que se corrija o texto, afinal já não estamos mais em São Luis do Paraitinga, de cartola na mão, ao som das marchinhas do Juca Teles). Serra de Santana! Município de Assaré, sul do Ceará. Isso, lá nasceu Antonio Gonçalves da Silva, o filho de dona Maria e de seu Pedro, agricultor.
Consolidou seu nome na história como poeta popular, cantor, compositor e improvisador, sendo uma das figuras mais importantes da música nordestina do século XX. Recebeu diversos prêmios e títulos como o de Professor Doutor Honoris Causa da Universidade Regional de Cariri (1989), da Universidade Estadual do Ceará (1999), da Universidade Federal do Ceára (1999) e da Universidade Tiradentes, em Sergipe (2000). Está sendo estudado na Sorbonne (França), na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel.
Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Seu nome artístico foi inspirado numa avezinha cantadora, passeriforme, plúmbea, de canto triste e melodioso, e que também canta para demarcar território. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de 'patativas' porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade.
Aos oito anos, com a morte do pai, o menino foi pra enxada. Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. E quando fez dezesseis, sua mãe vende uma ovelha e lhe dá sua primeira viola. À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré.
“Patativa descontente,
nesta gaiola cativa
muito embora diferente,
eu também sou Patativa
Linda avezinha pequena,
temos o mesmo desgosto
sofremos a mesma pena,
embora em sentido oposto,
Teu sofrer e meu penar
clamam a divina lei
tu presas pra cantar
e eu preso porque cantei!”
Patativa do Assaré foi a voz não só do sertanejo nordestino e dos trabalhadores rurais; mas de todos os injustiçados, marginalizados e oprimidos. Sua poesia, embora enraizada no sertão nordestino, é ao mesmo tempo universal por representar o sentimento de uma classe social com a autenticidade de quem é ‘do povo’. Além de poeta popular, foi cantador, violeiro, improvisador, poeta de bancada e também escreveu cordéis (apesar de não se considerar um "cordelista"). [Mais em Wikipedia, verbete Patativa do Assaré]
Ninguém soube tão bem cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Talvez por isso, Patativa ainda influencie a arte feita hoje. O grupo pernambucano da nova geração 'Cordel do Fogo Encantado' bebe na fonte do poeta para compor suas letras. Luiz Gonzaga gravou muitas músicas dele, entre elas a que lançou Patativa comercialmente, 'A triste partida'. Há até quem compare as rimas e maneira de descrever as diferenças sociais do Brasil com as músicas do rapper carioca Gabriel Pensador. [Disponível em Tanto Literatura, Patativa].
Patativa é considerado o gênio da literatura cearense, por ser um poeta dotado de habilidades especiais. Ele sempre teve consciência do seu dom e do seu valor como poeta. Ele afirma isso numa entrevista: “poeta que tenha criatividade como o Patativa tem, são poucos, viu? É raro”. [FEITOSA, Luiz Tadeu. Patativa do Assaré – a trajetória de um canto. São Paulo, Escrituras Editora, 2003. Tirado daqui.]
A sua vocação de poeta, cantador da existência e cronista das mazelas do mundo despertou cedo, aos cinco anos já exercitava seu versejar. A mesma infância que lhe testemunhou os primeiros versos presenciaria a perda da visão direita, em decorrência de uma doença, segundo ele, chamada "mal d'olhos". [Mais aqui].
DOCUMENTÁRIO
Patativa do Assaré – Ave Poesia
Documentário, Brasil. 2007.
Direção: Rosemberg Cariry
Sinopse: O filme aborda a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré,destacando a relevância dos seus poemas, o significado político dos seus atos e a sua imensa contribuição à cultura brasileira. Dono de um ritmo poético de musicalidade única, mestre maior da arte da versificação e com um vocabulário que vai do dialeto da língua nordestina aos clássicos da língua portuguesa, Patativa do Assaré é a síntese do saber popular versus saber erudito. Patativa do Assaré consegue, com arte e beleza, unir a denúncia social com o lirismo. Aço e rosa.
Consolidou seu nome na história como poeta popular, cantor, compositor e improvisador, sendo uma das figuras mais importantes da música nordestina do século XX. Recebeu diversos prêmios e títulos como o de Professor Doutor Honoris Causa da Universidade Regional de Cariri (1989), da Universidade Estadual do Ceará (1999), da Universidade Federal do Ceára (1999) e da Universidade Tiradentes, em Sergipe (2000). Está sendo estudado na Sorbonne (França), na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel.
Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Seu nome artístico foi inspirado numa avezinha cantadora, passeriforme, plúmbea, de canto triste e melodioso, e que também canta para demarcar território. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de 'patativas' porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade.
Aos oito anos, com a morte do pai, o menino foi pra enxada. Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. E quando fez dezesseis, sua mãe vende uma ovelha e lhe dá sua primeira viola. À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré.
“Patativa descontente,
nesta gaiola cativa
muito embora diferente,
eu também sou Patativa
Linda avezinha pequena,
temos o mesmo desgosto
sofremos a mesma pena,
embora em sentido oposto,
Teu sofrer e meu penar
clamam a divina lei
tu presas pra cantar
e eu preso porque cantei!”
Patativa do Assaré foi a voz não só do sertanejo nordestino e dos trabalhadores rurais; mas de todos os injustiçados, marginalizados e oprimidos. Sua poesia, embora enraizada no sertão nordestino, é ao mesmo tempo universal por representar o sentimento de uma classe social com a autenticidade de quem é ‘do povo’. Além de poeta popular, foi cantador, violeiro, improvisador, poeta de bancada e também escreveu cordéis (apesar de não se considerar um "cordelista"). [Mais em Wikipedia, verbete Patativa do Assaré]
Ninguém soube tão bem cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Talvez por isso, Patativa ainda influencie a arte feita hoje. O grupo pernambucano da nova geração 'Cordel do Fogo Encantado' bebe na fonte do poeta para compor suas letras. Luiz Gonzaga gravou muitas músicas dele, entre elas a que lançou Patativa comercialmente, 'A triste partida'. Há até quem compare as rimas e maneira de descrever as diferenças sociais do Brasil com as músicas do rapper carioca Gabriel Pensador. [Disponível em Tanto Literatura, Patativa].
Patativa é considerado o gênio da literatura cearense, por ser um poeta dotado de habilidades especiais. Ele sempre teve consciência do seu dom e do seu valor como poeta. Ele afirma isso numa entrevista: “poeta que tenha criatividade como o Patativa tem, são poucos, viu? É raro”. [FEITOSA, Luiz Tadeu. Patativa do Assaré – a trajetória de um canto. São Paulo, Escrituras Editora, 2003. Tirado daqui.]
A sua vocação de poeta, cantador da existência e cronista das mazelas do mundo despertou cedo, aos cinco anos já exercitava seu versejar. A mesma infância que lhe testemunhou os primeiros versos presenciaria a perda da visão direita, em decorrência de uma doença, segundo ele, chamada "mal d'olhos". [Mais aqui].
DOCUMENTÁRIO
Patativa do Assaré – Ave Poesia
Documentário, Brasil. 2007.
Direção: Rosemberg Cariry
Sinopse: O filme aborda a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré,destacando a relevância dos seus poemas, o significado político dos seus atos e a sua imensa contribuição à cultura brasileira. Dono de um ritmo poético de musicalidade única, mestre maior da arte da versificação e com um vocabulário que vai do dialeto da língua nordestina aos clássicos da língua portuguesa, Patativa do Assaré é a síntese do saber popular versus saber erudito. Patativa do Assaré consegue, com arte e beleza, unir a denúncia social com o lirismo. Aço e rosa.