NANAH CORREIA NO BAR DO FRANGO

Em tempos de terremotos reais e também metafóricos, uma pausa: ouçamos boa música e reunimos os amigos, tudo regado à boa cerveja e calor humano, tão a calhar quando o friozinho chega, pedindo licença ao calor que nos castigou por uns meses.

“O planeta anda nervoso”, disse-me uma amiga outro dia. Nervoso e sensível anda mesmo a Planeta, cuja paciência se esgotou após tantas vilanias e vilipêndios sofridos ao longo de séculos. Mas não só o Planeta sofre fisicamente, mas também seu corpo social: corrupções nos assolam, a “arruda” deixou de espantar “com seu cheiro forte o quebranto e a má sorte” como diz a Cantiga de Ajuda (Milton Edilberto) para se converter em produto alquímico para a produção de panetones. Alquimia as avessas, diria o filósofo Zé Mangabeira, que anda soturno e macambúzio nesses dias de incertezas... Então, deixemos de lado as mazelas e celebramos a amizade, a boa musica, a Fraternidade e nenhum lugar é melhor para isso do que o Bar do Frango, aquele que é “para poucos”,lugar ideal para a necessária pausa.

E, a 08 de março, dia internacional e “oficial” da mulher, nossas Musas estarão no pedestal e cá de baixo, do mundo dos mortais as contemplaremos, infalíveis mulheres imaginárias, mas especialmente as de carne e osso e cheiros, livres das camadas de maquiagem que fazem a festa da indústria cosmética. Celebrando um dia antes, lá estará a cabocla Nanah Carreia, acompanhada pelo violonista Julian Tirado. Clap! Clap!








No pequeno palco do Bar do Frango, mesas e cadeiras de madeira sem adereços ou lantejoulas rendadas e prendadas, resiste firme à mesmice e as bobageiras que assolam por outras partes: na sua simplicidade elegante, a nata da verdadeira música popular brasileira por lá se reúne e nos brinda com a pureza singela, a energia da autentica arte, olho no olho, de coração a coração. Nanah Correia, moça que canta com galhardia, segue as melhores tradições da Terra Brasilis, bebe da mesma fonte que João Ba, Vital Farias, Xangai, Kátya Teixeira, Dércio, Mazé, Dani, Vidal França, etc. Tem berço, a moça.

Quem já foi aos shows de João Ba, já deve te-la visto, colorindo as cantigas do Bacurau Cantante, sempre contando com a participação mais que ativa do violonista Julian Tirado. Que se cante belas cantigas e quiçá a harmonia do mundo de Deus ressurja.




SERVIÇO I:

Nanah Correia:

Cantora paulista, Nanah Correia, desde muito jovem participou dos corais da Universidade Católica e Coral Luther King, com o qual gravou a “Missa da Terra sem Males” de Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra. Fez cursos de musicoterapia e música na Escola Municipal de Música, Universidade Livre de Música, regência de coro infantil com Gisele Cruz e improviso com o mestre Koelreutter. Técnica vocal com Regina Lucatto, Madalena Bernardes, Consiglia Latorre, Claudia Mock, Tato Fischer, Sonia Campos, Stenio Mendes e Thomas Adam. Tem larga experiência em gravações de jingles, trilhas para cinema e teatro e campanhas promocionais. No teatro atuou como cantora, atriz e manipuladora de bonecos. Dos anos 90 para cá tem sido uma das vocalistas mais atuantes do cenário musical, acompanhando em gravações, TV, shows e performances, diversos artistas dentro e fora do país. Integra a banda “Aura Tropical”, cujo CD vem sendo executado em rádios brasileiras e americanas e as canções inéditas são ganhadoras de vários Festivais em todo país. Integra o Projeto “Orchestra do Mundo” que reúne músicos de todo o mundo e a Banda “Eletrobatucada” que realiza rodas de samba utilizando elementos eletrônicos. Acompanha o compositor e cantador baiano João Bá, possuidor de uma obra de incalculável valor para a cultura popular, autor de várias canções, algumas constantes da coletânea “Aruanã”, lançada pela Warner-Chapelli (Itália) e distribuída por toda Europa e Japão. Com João Bá e Julian Tirado, compôs e executou a trilha sonora do filme “Nas terras do Bem-virá”, finalista do Festival “É tudo verdade – 2007”. Desenvolve também um trabalho de musicalização para crianças.

SERVIÇO II:

Para quem ainda não conhece o aprazível lugar, seguem dicas capitaneadas pelo guru ZéMaria e aprovadas pela Editora-Chefa: podemos chegar seguindo pela Rua do Oratório até a altura no nº 2300 ou pela Anhaia Melo, altura do nº 5.000. Dali, é só alçar a Avenida São Lucas, nº 490 e então, se chega ao Pote D’Ouro, ao fim do Arco Iris.

É neste domingo e, como é domingo, começa lá pelas sete e meia, oito horas.
Adbox