O Rei do Blues e a “desguarda” municipal”



O nosso Sertão Paulistano também é feito de blues, do mais puro possível e, aqui neste causo, a referência maior é – sem procurar definições – B. B. King, acrescentado com um tom do nosso mais puro arranjo tupiniquim.
Em uma das viagens do mestre ao Brasil houve uma apresentação especial, domingo de manhã, no Parque do Ibirapuera. Comentários musicais neste instante são dispensáveis ... afinal, “falar o quê” após ver o Mito e a sua Lucile? E ver é ver no melhor sentido da visão, pois eu estava bem próximo ao palco. Mas a prosa aqui é outra...
Após o show estávamos - eu e mais alguns milhares - saindo do parque quando ouvimos sons de sirene da “escolta” de B. B. King. Até ai nada demais, absolutamente normal. O som da sirene era para “informar” que a Guarda Municipal, encarregada da segurança, simplesmente havia se perdido dentro do parque - nos outros dias da semana a segurança do freqüentadores do Ibirapuera também é por conta dela - e não achava a saída. Então nós nos aproximamos do carro do B.B. (íntimo heim?), felizes e ainda emocionados pela apresentação. Começamos a fazer o tradicional sinal de positivo e, como bons tupiniquis: - “Helo B.B., tank you”. Este, sem entender absolutamente nada - e a princípio pareceu ficar assustado - respondeu ao nosso "positivo” sorrindo.
Isso no mesmo instante em que um dos guardas, preocupado com a integridade do escoltado, sacou o revolver e ameaçou atirar para o alto para impedir a nossa aproximação. Mas o guarda foi de imediato e inteiramente desmoralizado pois começamos a rir, e dizer: “take easy, brother”, somos de paz, só estamos comemorando o momento.
Algum superior retirou o guarda, achou o caminho da saída e, enfim, seguiram em frente com a sensação do dever cumprido. Foi a chance que tive de ver de perto o ídolo, no meu “encontro musical” com o mestre do blues.
Paraguaçu Paulista e New Orleans no Sertão Paulistano.
Coisas de fã.
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