O “ser-tão” no “ser-tão” da Viola Mineira

"Doralice", por Luciano Borges

Já que Joca (na postagem logo abaixo) foi até Além Mar com Zeca Afonso, hoje eu peço licença poética para ir até Araguari, no triângulo mineiro, com o violeiro e luthier Luciano Borges, que também é cantadô na Orquestra Viola de Arame, projeto danado de bão.

Tá, vamos por partes. O Giba da Viola, este parceirão da gente, é como um irmão para mim. E eu nem tô aqui para puxar a orelha dele não, mas, por mais que ele seja um apaixonado pela viola e por este jeitão caipira de um mundo todo prosa, ela tá pra lá de distante (acho) de ser um luthier, coisa que o Luciano manda bem demais da conta. Mas o cabra manda bem, e de um tanto, que ele inté montou um sitiozinho na web (Viola Mineira) para mostrar, ensinar, dividir, tocar sua arte por este “ser-tão” violeiro todo afora.

O Lu (eita intimidade de parceria, sô!), no trem dele, explica tim-tim por tim-tim a cinturada da viola, até mesmo quando ela entra pelo cano. Aposto que você não sabia que a viola entra pelo cano, né? Nem eu, mas o Lu explica como. Violeiro moderno, ele faz tutoriais de um monte de coisa bacana. É leque harmônico, é captador, é cola, tensor, tarrachas e cravelhas, jacarandás, peroba, pinho, jatobá (tá, me empolguei com a flora amada, não sei se todas estas madeiras são de lei para a viola, então fiquemos com a primeira, tenho certeza que está lá no sertão do Lu Borges – agora danou-se de vez, dei apelido pro rapaz, espero que não se zangue mas, por via dos trens, já estou separando aqui um pedaço de queijo pra amansar o caboclo, vais quê...).

E só pra fazer bom registro, o Luciano Borges, também é violeiro e cantadô na Orquestra Viola de Arame. Visite o sítio dessa gente bacana enquanto a Virada Cultural não vem.
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