Sem teretete.

Tem momentos em que fica difícil manter a fleuma, mesmo com respeito pela diversidade e pela opinião do outro.
 
Estava em aniversário de um amigo que, além de excelente vilonista e cantor por diletantismo, tem muitos amigos musicos, alguns que procuram ganhar a vida com musica, e outros que "trabalham", tem a musica como diversão e sentem o maior prazer em tocar e cantar nas horas vagas e, em festas e encontro de amigos. Tarde das mais agradáveis com dois violonistas, também compositores e cantores, dois percussionistas e duas mulheres com as vozes mais belas e de excelente gosto musical. Com canjas de outros musicos, outras cantoras também presentes. O repertório só do melhor da musica brasileira, do samba tradicional ao que chamam de MPB, só que da verdadeira. Músicas lindissimas e, muito importante, com letra e aqui no melhor sentido da criação que é a letra com qualidade. Musica sem interrupção, apenas com saídas individuais e rápidas dos musicos para a necessária ida ao banheiro.
 
Numa dessas rápidas paradas o Vinagrinho, um dos violonistas, é cumprimentado por um dos convidados e faz uma pergunta: "vocês não cantam sertanejo?", o Vinagrinho que tem uma grande educação e tranquilidade respondeu que "...a gente até canta mas não está no repertório". Conhecedor do gosto musical do Vinagrinho e, principalmente da sua educação, achei por bem "fazer o jogo sujo": "sertanejo?, você tem coragem de pedir isto aqui?", 
 
Confesso e peço perdão ao conviva pelo meu destempero e também confesso que não foi nada agressivo, nada que não possa ser relevado em uma festa de aniversário.
 
Faço o convite para verem e ouvirem Paulinho da Viola  em uma de suas músicas feitas em parceria com Elton Medeiros. Musica bonita com letra bonita.

Onde a dor não tem razão.

Canto
Para dizer que no meu coração
Já não mais se agitam as ondas de uma paixão
Ele não é mais abrigo de amores perdidos
É um lago mais tranquilo
Onde a dor não tem razão
Nele a semente de um novo amor nasceu
Livre de todo rancor, em flor se abriu
Venho reabrir as janelas da vida
E cantar como jamais cantei
Esta felicidade ainda
Quem esperou, como eu, por um novo carinho
E viveu tão sozinho
Tem que agradecer
Quando consegue do peito tirar um espinho
É que a velha esperança
Já não pode morrer.


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