Logo nos primeiros dias bombou, aqui pelos lados de Sampa, um site 
concebido para receber protestos de consumidores inconformados com os 
preços cobrados em restaurantes, bares, lanchonetes, padarias e demais
 considerados e com a proposta, pelo nome, de incentivar o boicote destes lugares. O site já está sendo analisado para atender outras capitais e exportando  o jeito paulistano de reclamar.
O 
conceito de inflação é amplo, geral e irrestrito e, como os bons 
economistas, os proprietários dos estabelecimentos tem uma definição 
própria e exclusiva de administração dos custos. Estações rodoviárias e 
aeroportos são "um caso à parte" e estão nos primeiros lugares dos 
preços por demais abusados. Os comerciantes desses locais agem como se 
fossem donos do último oásis antes da travessia do deserto. Os 
dos aeroportos alegam os altos custos de aluguel, condomínio, 
funcionários diferenciados e impostos, sempre os impostos, como 
justificativa.
Após a publicação dos protestos dos consumidores os donos
 de restaurantes sairam da toca e responderam com a alegação de serem 
casas diferenciadas, pagarem em dia os salários dos funcionários, até 
parece que não é a primordial  responsabilidade de patrão, adquirirem 
produtos das melhores procedências, chefes de cozinhas importados, alta 
carga de impostos  e choramingas tradicionais. O conhecido padeiro 
francês, sempre lembrado por ter sido casado com uma atriz global, em 
defesa dos seus preços chamou os responsáveis pelo site de nomes, 
imagino, não constarem do vocabulário dos seus clientes e citados em 
bares de menor nomeada. Sempre considerei que as pessoas 
frequentam os lugares que querem, fazem as suas ceias e lanches nos 
lugares que escolhem, consideram os preços e o tamanho dos seus bolsos. 
Se estabelecimentos de renomados e internacionais proprietários 
cozinheiros cobram os preços muito acima é por terem fregueses, ou 
clientes, com condições de pagar  mesmo que seja só por exibicionismo. 
Não é a conhecida lei da oferta e da procura?. 
Não li nenhuma reclamação do preço do churrasquinho grego do Centrão, do dogão das 
Kombis, do yakyssoba feito pelo china, ou coreano,  na esquina da Paulista com a 
Brigadeiro, da tapioca preparada pela cearense do Largo do Cambuci, das 
fatias de melancia e abacaxi dos carrinhos de mão. Há um discreto charme 
da burguesia de procurar locais da moda, com enormes filas, garçons 
ocupados e atendendo mal, mas com "gente bonita", de preferência com 
celebridades que chegam e passam como um cometa. O conceito de "gente bonita" é outra coisa difícil de engulir, já que o papo é sobre comidas, pois me parece que gente bonita só existe nos jardins e vilas olimpias e vejo muita gente bonita, bonita mesmo lá, um pequeno exemplo, nas rodas de musica e amizade do Parque São Lucas. Se estão na sabedoria 
do atendimento e dos preços não fica bem no outro dia propor o boicote do lugar. Não faço defesa 
dos proprietários, acho mais fácil prático e harmônico ter em mente que se cobram 
aqueles preços é porque tem o seu público.
De minha parte e, acompanhado
 dos meus amigos, continuarei a frequentar os bares,  botecos e restaurantes onde o 
proprietário também é amigo e sente-se feliz com a nossa presença, 
conversaremos, daremos risada, ouviremos boa musica.  
E sempre que possível, nas passagens pelos lados do Centrão e da Praça da Sé, o sempre bom churrasquinho grego. Com suco grátis.
E sempre que possível, nas passagens pelos lados do Centrão e da Praça da Sé, o sempre bom churrasquinho grego. Com suco grátis.
