MAR DE FOLHAS

O atual verão brasileiro - e especialmente paulistano, é um desafio. Desafio perene e permanente. Mas de desafios e provas somos feitos e assim prosseguimos: a nova e terrível mania de protestar incendiando pessoas, carros, como se não bastasse o calor do mais implacável verão que já vi por essas bandas do velho Planalto de Piratininga.
Talvez por isso, a postagem de hoje esteja carregada de nostalgia: nostalgia do Mar, talvez do próprio inverno, quando então, aguardamos ansiosos o morninho sol. Nem só de nostalgias, vivemos, entretanto. Indiferente ao calor e a violência, nos parques da cidade, os pássaros nunca desistem:
Sol de inverno, resplandece
No mar de folhas
O vento marulha.
Pássaro pousa mergulhando
Seu canto emerge
De um galho-mastro invisível
No mar de folhas.
Um instante em suspenso
No marulhar fervilhante
Incessante.
Sabiá-Laranjeira
Comanda a árvore-barco
No mar de folhas!
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