Angélica

Chico Buarque, dos maiores letristas brasileiros, alem de excepcional compositor, tem uma participação de enorme relevância na recente história brasileira quando com a sua musica combateu a ditadura e fez grandes homenagens.
A letra de Angélica, com musica de Miltinho, é uma homenagem a Zuzu Angel, mãe de Stuart Angel que foi preso, torturado e morto pelo regime militar. Zuzu Angel era uma estilista de reconhecimento no Brasil e no exterior quando da morte do seu filho e usou do seu nome conhecido e de uma enorme coragem para denunciar aqui e nos Estados Unidos. Investigava por sua conta o desaparecimento de Stuart quando morreu em um acidente de carro no Rio de Janeiro no ano de 1976 que, conforme investigação posterior, foi reconhecido como um atentado político.
Stuart Angel teve o corpo arrastado, após sessões de tortura, por um jipe da Aeronáutica com com a boca amarrada ao escapamento o que ocasionou a porte por asfixia e intoxicação por monóxido de carbono. Chico lembra também da morte na letra de Cálice.
"Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça”.

Ouça Angélica em trailer do filme Zuzu Angel aqui :


Angélica
Chico Buarque e Miltinho, o do MPB4

"Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar"
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