Kátya
Teixeira, Socorro Lira e Consuelo de Paula, sob direção do múltiplo Ricardo
Vignini , é um encontro dos sonhos – e seria ainda mais brilhante com a
presença da encantadora Dani Lasálvia. – Dani infelizmente não poderá
participar, às voltas com motivos de força maior e também por estar finalizando
seu segundo CD solo, o projeto SoFrida,
Mas Não Me Khalo, voltado ao empoderamento feminino, no qual a artista
plástica Frida Khalo tem destacada importância entre as grandes mulheres ao
longo do século XX e outros séculos. São tantas as grandes personagens
femininas – Simone de Beauvoir, Maria
Quitéria, Violeta Parra, Josephine Baker, Viola Davis. Dani fará falta na noite de 15 de agosto, na
Casa de Francisca, no centro velho e histórico de São Paulo, mas as meninas
Socorro, Kátya e Consuelo não vão deixar por menos!
As cantoras,
pesquisadoras, instrumentistas e compositoras tem em comum o fato de serem de
uma mesma geração, embora tendo se
encontrado e cruzado muitas vezes, construíram suas trajetórias por caminhos
diferentes. Em comum, a paixão pela brasilidade juntada à latinidade, ancestralidades
latentes e vivas na cultura popular, nos fazendo lembrar Darci Ribeiro, o
Visionário que chamava o nosso continente de América Latina, a Pátria Grande.
O titulo Atemporais
é mais que apropriado, pois atemporalidades é sinônimo da boa música que jamais
será datada ou superada, pois é como o sangue que circula em nossas veias.
O espetáculo
ATEMPORAIS é um encontro inédito entre as violeiras Consuelo de Paula, Kátia Teixeira e Socorro Lira (Daniela
Lasalvia também faria parte, infelizmente teve de declinar). São cantoras e
compositoras da mesma geração, que tiveram como mestres desde consagrados
gênios à anônimos artistas do povo, que eternizaram aboios, congadas, toadas,
cantos afros e indígenas. Cada qual a seu mdo, marcaram a virada do século e
continuam produzindo centenas de canções, proporcionando a todos que tem a ventura
de apreciar seus trabalhos, momentos poéticos inesquecíveis. É impressionante a
singularidade do fazer artístico das meninas que se completam/se complementam,
pois bebem da mesma fonte, cada uma de uma direção, lhes facultando explorar nuances poéticas/visões
de mundo peculiares e surpreendentes. Um riquíssimo material artístico que o
diretor musical, instrumentista e compositor Ricardo Vignini, ninguém melhor do
que ele, que conhece caminhos que levam até as fronteiras do universo musical.
Porque “Atemporais”?
Em qualquer lugar do mundo em que tivessem nascido, em qualquer época, fariam
músicas que seriam compreendidas pelo povo, porque música para elas é um ofício
pedagógico: ensinam cidadania ao revelar elementos do nosso universo cultural,
grande parte submerso pela falta de interesse das chamadas elites oficiais, que esmagam a cultura nativa em prol de dancinhas
narcotizantes. Ao revelar que somos o amalgamento do caldeirão que nos forjou,
ensinam História sob múltiplos aspectos: sócio/cultural/econômico/artístico/políticos.
Não é preciso ser aguerrido militante para ser revolucionário ou revolucionária!
Estamos
todos ansiosos para ver no palco da Casa de Francisca esse desfile poético/musical
único! Não são artistas de um tempo e lugar, não são artistas de uma nota só,
são de todos os tempos e de todos os lugares; vão além do horizonte, batem às
portas do céu, como diria um velho Bardo.
Onde quer
que estejam, se numa vila de periferia, num terreiro de terra batida, entre
lavadeiras “batendo roupa” à beira d’um riacho ou num nobre e erudito palco
como a Casa de Francisca (mas poderia ser o Teatro Municipal), sua luz brilha
como estrelas estáticas, num mundo momentaneamente esquecidos das dores e mazelas.
Preparemos os espíritos para o refulgir de novos amanheceres, que não tardarão!
A entrada na Casa de Francisca é
permitida a maiores de 18 anos. Menores apenas acompanhados de seus
responsáveis.
ONDE? QUANDO?
Rua Quintino
Bocaiúva, 22, próximo ao Metrô Sé. 15/08/2025. A Casa abre as 20:00 horas.